Tuesday, November 1, 2016


  

Programas de Renda Condicionados à Educação (RBUE) Concatenados com Programas de Renda Incondicionados (RBU) como Forma Eficiente de Universalizar Trabalho e Renda.

 

O problema socioeconômico mais fundamental é a falta de trabalho e renda garantida para todos sempre. A solução abrangente desse problema está na ideia de que, uma pessoa envolvida em atividades educativas como aprendiz ou aluno, tanto através da autoeducação, ensino a distância(EAD) quanto no ensino presencial deva ser paga por esse duro trabalho de autotransformação.

O processo cada vez mais acelerado da concentração de riqueza e renda e os avanços tecnológicos para substituir o trabalho humano por máquinas, bem como software de maximização de aproveitamento de serviços, parece indicar um cenário muito difícil para o futuro próximo, no que toca a alocação de trabalho e renda, onde programas como ora abordados trazem a solução.

Um programa de cobertura universal, com exigência, para maiores de 21 anos de trabalhar na elevação de seu nível educacional ou estar inserido no mercado de trabalho usual para auferir renda, usa Uma Renda Básica Universal Educacional (RBUE) e uma Renda Básica Universal (RBU) aplicadas de forma integrada.

  Uma Renda Básica Universal (RBU), defendida por organizações como Basic Income Earth Network (BIEN) e Garantia de Renda Básica para os Estados Unidos (USBIG), é um programa que não condiciona a renda a qualquer contrapartida. 

Uma Renda Básica Universal Educacional (RBUE), por outro lado, exige como contrapartida à renda a ser paga,  trabalho como aprendiz ou estudante em uma atividade de autoeducação, EAD ou educação presencial, rigorosamente controlada em termos do seu nível de aproveitamento adequado. Esse sistema iria remover a crítica de renda sem trabalho e acrescentar um significado especial para as pessoas envolvidas, pois serão produtoras de um bem precioso, capital humano, onde se alcança o crescimento pessoal em termos culturais e intelectuais e na qualificação laboral dos participantes, em benefício da sociedade como um todo.

Os testes de RBU ora em andamento na Finlândia, noticia-se serão reformulados com a introdução de condicionamentos para a percepção da renda, devido a não aceitação social do trabalho sem renda. Mesmo num mundo futuro onde robôs façam todo trabalho, por certo, programas de RBUE farão muito sentido, pois admitir-se uma humanidade ociosa em sua maioria, sem buscar horizontes mais amplos no trabalho de ampliação do conhecimento pela estudo e pesquisa é inaceitável.

Por fim programas que que usem RBU (até 21 anos de idade) RBUE (para maiores de 21 anos) concatenadas, parecem promissores.
Para pessoas com mais de 21 anos de impedidas de participar dos programas de renda educational ou do mercado de trabalho usual, por se verem obrigadas a se dedicadar ao trabalho doméstico e / ou criação de filhos,ou ainda por razões de saúde e outras, deve, pelo menos, ser garantido o direito a uma renda basica universal. 

               Pontos cruciais desse tipo de programa envolvendo (RBU) e (RBUE) são: 

          1) Pagamento individualizado, inclusive para crianças, em dinheiro (cartão magnético), pois isso assegura cidadania econômica desde o nascimento. Periodicidade dos pagamentos no máximo mensal. Por certo, para crianças a administração dos recursos será exercida pelos pais ou responsáveis legais. 

         2) Cursos e disciplinas admitidos devem ser em nível do mais elementar até avançado, de natureza geral, bem como técnicos e de cunho prático. Cursos de alfabetização em letras, números e informática são cruciais. Assim interessados com as mais diferentes bases culturais e intelectuais poderão participar, desde o iletrado total até o pós-graduado, que estejam enfrentando falta de trabalho e renda. 

          3) A verificação de um rendimento mínimo adequado no processo de educação e autoeducação deve ser sempre feita. O envolvimento nesse trabalho de verificação do rendimento dos participantes dos programas de RBUE deverá contar necessariamente com instituições educacionais já existentes (Escolas, Colégios, Academias, Universidades). Uma ferramenta importante para esse trabalho de verificação do rendimento seriam cabines indevassáveis para aplicar os testes. Essas cabines à prova de fraude são tecnicamente factíveis e poderiam, também, ser úteis ao sistema escolar e acadêmico usual, inclusive para avaliar a efetividade do ensino. As cabines podem estar continuamente disponíveis e afastam do professor o ônus do estresse, inclusive de eventuais pressões relacionadas à aplicação de provas, agora ligadas a um fator econômico.  Esse tipo de recurso tecnológico que poderá parecer algo temerário para alguns, talvez possa ser ferramenta eficaz de progresso na área educacional e social. O alcance de uma rigorosa e eficiente  verificação de um rendimento mínimo adequado, tem outro aspecto crucial, pois deve evitar a escassez da oferta de mão de obra, papel usualmente desempenhado pela ameaça da pobreza.  Por óbvio, circunstancialmente, os mecanismos usuais de verificação do rendimento escolar, aplicados com rigor e eficácia, serão adequados aos programas em pauta.  

        4) Pagas diferenciadas para níveis do programa com graus de dificuldade maior ou menor, como estímulo ao progresso cultural e intelectual dos participantes. Aqui cabe observar que os níveis de ganho, embora diferenciados devam ser adequadamente modestos, para não desestimular a contínua busca pelo mercado de trabalho usual. Propostas como a que recentemente foi a plebiscito na Suíça, para uma renda básica com valores irrealisticamente altos, mesmo para um país rico, por certo pesou para sua derrota nas urnas. Perdeu-se assim a magnífica chance de ver uma Renda Básica Universal(RBU) funcionando na Suíça, tanto no sentido de um amplo teste experimental do sistema, como para ampliar o interesse e consciência das amplas possibilidades desses programas sociais. Pena os suíços não terem considerado uma RBUE ao invés da RBU proposta.

       5) Mecanismos que permitam de forma permanente, contínua o trânsito entre o programa de educação remunerada e o mercado de trabalho usual, seja porque o participante do programa prefira um trabalho não educacional por motivos puramente psicofísicos individuais (estudar "dói” e exige resiliência, pois parece envolver uma contínua auto reestruturação), ou por visar maior renda, ou ambos. Se ressurgir situação de falta de trabalho e renda poderá retornar ao programa. A situação ora posta refere-se aos maiores de vinte e um anos e que estariam cobertos pela Renda Básica Universal Educacional (RBUE), pois àqueles de zero até vinte e um anos estariam cobertos por um Renda Básica Universal (RBU), um programa que não condiciona a renda a trabalho ou status socioeconômico. Cabe notar que desde o nascimento e na posterior trajetória escolar até os 21 anos, sempre há o trabalho duro de apreender e autotransformar-se.

Esses programas de acesso ao trabalho e renda, podem ser de grande importância, para: 

  1) Falta de trabalho e renda, talvez o maior desafio para alcançar uma vida social harmoniosa.  

 2) Migrantes e refugiados, fugindo de dificuldades em suas regiões de origem e muitas vezes enfrentando dura rejeição em países ou regiões onde eles procuram melhores condições de vida.  Programas sem exigência de contrapartida e aqueles condicionados a participação em processos educacionais, acima aludidos, poderiam ser ferramentas importantes nos campos de refugiados já existentes ou mesmo em territórios nos países de origem, ou em terceiros países, acordados, estabelecidos e salvaguardados, por exemplo, pela ONU.    

3) Outro problema com raízes socioeconômicas, a taxa de criminalidade, muitas vezes subindo e a alta reincidência criminal com certeza iriam se beneficiar de programas de universalização de renda e trabalho, para o benefício de todos nós, pela diminuição da violência interpessoal, em boa medida gerada pelo estresse para a sobrevivência. Trabalhar dentro de um programa de Renda Básica Educational Universal (RBUE), poderia ser exigido e estendido a todos os presos, com custos e dificuldades menores do que os associados a prover trabalho usual para todos nos sistemas prisionais.    

4)       Estimular a Economia é um desafio, ainda mais importante em crises como a da COVID19, repasses episódicos de recursos à população devem ser menos eficientes do que repasses perenes, como os proporcionados por programas de Renda Básica Universal Educacional. Em situação de crise, sem segurança de trabalho e renda muitos irão segurar o máximo de recursos que puderem, mas se a sociedade solidariamente garante uma renda, ainda que modesta, mas permanente, os recursos recebidos devem circular no sistema econômico.

         5) Uma Renda Básica Universal Educacional(RBUE) concatenada com uma Renda Básica Universal (RBU) incondicionada, ao gerar uma cobertura universal para prover trabalho e renda, virá a produzir uma estrutura socioeconômica, onde os extremos patológicos de pobreza e de concentração de riqueza e renda poderão ser eliminados.
Meritocracia Genuína, Democracia, Liberdade e Empreendedorismo devem ser reforçados. Uma sociedade como essa ainda dá margem a uma grande heterogeneidade econômica, haverá ainda pobres e ricos. Porem, extremos, hoje em crescimento, de miséria e pobreza ligados a escassez de trabalho e renda e desvalorização do trabalho prestado e a concentração de riqueza e renda patológicas, frutos de privilégios inseridos nas leis e que permitem acúmulos cartoriais(no sentido de registradas em documentos) imensos, não ligados a trabalho e mérito, tenderão a diminuir.

Por fim, universalização de trabalho e renda com forte estímulo ao continuado aumento do nível educacional parece contribuição fundamental ao significado e desígnios da civilização humana.

 










Friday, October 28, 2016

Da Natureza da Matemática Moderna e da Realidade.

O matemático Edward Frenkel escreveu um livro valioso de iniciação à matemática moderna para leigos( talvez nem tanto) nessa área do conhecimento,  que sentem ser de interesse para sua evolução intelectual, poder alçar voo em direção a altos níveis de abstração, onde parece residir a possibilidade de entender a natureza das coisas.
O estudo da matemática moderna se desenvolve já há alguns séculos e segue em plena expansão através de pesquisas de ponta ora em andamento pelo mundo afora. A matemática parece algo como uma "linguagem" que nos possibilita acesso um manual de instruções de “legos” que subjazem a estrutura e funcionamento de mundos, pois parece ser a expressão de uma inteligência universal e atemporal através da qual se pode compreender, nos limites das criaturas, todos os mundos possíveis, passados, presentes e futuros, sendo nossa realidade ou mundo um dentre muitos possíveis.
O livro “Amor e Matemática” é uma rara oportunidade a propiciar ao leigo interessado um vislumbre do tema, mesmo sem o domínio das técnicas que respondem pelo desenvolvimento dessas pesquisas, cujo domínio requer talento, esforço e uma vida dedicada ao trabalho nesses temas. De qualquer forma talvez todos tenhamos que trilhar esse tipo de aprendizagem, nos altiplanos da abstração, para nos aproximar do coração da realidade escondida, por certo com reverência e gratidão. A esperança é que a Realidade Última nos propicie alguma forma de mais "existências" para um possível trabalho nesse caminho de redenção e que inclua a todos.

Segue a transcrição do primeiro paragrafo do prefácio do livro “Amor e Matemática” que constitui também um convite para encetar essa jornada redentora rumo ao entendimento. ”Há um mundo secreto lá fora. Um universo paralelo oculto de beleza e elegância. Entrelaçado intricadamente com o nosso. É o mundo da matemática. E ele é invisível para a maioria de nós. Este livro é um convite para a descoberta desse mundo.



















Monday, October 24, 2016